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Corte de Espinhos e Rosas - Livro 1 Sarah J. Maas

Corte de Espinhos e Rosas



 Restavam apenas algumas horas de luz do dia. Se eu não partisse logo, precisaria encontrar o caminho no escuro, e os avisos dos caçadores da aldeia ainda pareciam frescos em minha mente: lobos gigantes estavam à espreita, e muitos deles. Sem falar dos boatos de um povo estranho avistado na área, alto e sinistro e mortal.

Trecho do Livro

Feyre tinha uma vida miserável na aldeia que vivia com a família, ela tinha que lutar para sobreviver à fome, ela era tão generosa com o pai e as irmãs, ela abria mão dela mesma e de seus desejos, mas poucas vezes eles reconheceram isso, o que a magoava às vezes, mas, mesmo assim ela nunca deixou de cuidar deles. Tudo bem, também havia a promessa que ela fez no leito de morte da mãe, onde jurou cuidar de todos, e para ela uma promessa era sagrada, mas não era só isso, ela os amava também. Feyre era só uma menina e já com tantas responsabilidades, teve que cuidar daqueles que, na verdade, deveriam cuidar dela. Ela tinha alma de artista, fascinação pelas cores e formas, e sonhava que um dia teria tempo para pintar, e quando teve a oportunidade ela fez pinturas de grande beleza e significado. Toda aquela pobreza e fome, fizeram com que Feyre criasse barreiras em volta de si e do seu coração, acho até que ela desaprendeu a sorrir.

Durante uma caçada em busca de alimento, Feyre encontra um lobo enorme e o mata. Na noite após a morte do lobo, um Grão-feérico invade sua casa no formato de uma ferra, e exige uma reparação, uma vida por outra vida. Entenda, na verdade, o que a Feyre matou não foi um lobo, embora tivesse a aparência de um quando ela atirou a flecha, na verdade, era uma pessoa, um feérico. Bem ela não teve outra escolha, ou ia com o Grão- feérico para as terras mágicas além da muralha que os separavam dos humanos, ou morreria ali mesmo na frente de sua família. O que a princípio parecia um destino trágico pelas histórias que ela escutou a vida toda sobre como era terrível o mundo dos feéricos, na verdade, foi mais uma bênção na vida da Feyre, onde ela morava com a família no lado humano era um inverno rigoroso, e bom havia fome que era o pior de tudo, mas em Prythian parecia mais o paraíso, uma primavera sem fim, tinha sol e muito verde, o lugar era lindo. O nome do Grão-mestre é Tamlin, e apesar de estar preso a uma máscara no rosto, nota-se pelos olhos de Feyre que ele é muito bonito. Na verdade, apesar de eles serem bem diferentes, ao mesmo tempo, eram também tão parecidos, ambos têm a personalidade bem forte, são um pouco orgulhosos e não gostam de dar o braço a torcer, mas também são generosos, tem um coração sincero e bom, e aos poucos eles vão percebendo isso. Posso dizer que mesmo bem antes de saber o que aconteceria na história eu já shippava esse casal, sentia que aconteceria um belo romance do jeito que eu gosto. Ele soube ver através das aparências, soube que Feyre era especial. Tá! Não vou dizer que foi fácil a aproximação dos dois, Feyre estava muito armada contra ele, afinal ela não estava muito conformada em ser levada da sua família para viver ali obrigada, ela ainda não conseguia ver que sua vida na casa de Tamlin era muito melhor do que jamais poderia ser ao lado da sua família, aliás acredito que eles precisavam começar a se virar sozinhos, ela já fizera mais do que o suficiente por eles.

Imagem retirada do livros.
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Na terra dos feéricos também havia problemas é claro, uma maldição enfraqueceu a magia deles, por isso as máscaras, eles não conseguiam tirá-las do rosto, e alguns seres malignos começavam a se espalhar.

Durante sua estadia na terra primaveril, Feyre fez algumas descobertas, uma delas foi sobre o Rei de Hybern, que vivia do outro lado do mar violento do Oeste, ele era um rei cruel que odiava os humanos e não havia ficado satisfeito com o tratado entre os feéricos e os humanos, pois o tratado proibia que os feéricos escravizassem humanos, ele não ficou satisfeito de libertar seus escravos mortais e viver confinado a ilha verde seu pedaço de terra. A certo ponto da história também ficamos sabendo sobre a existência de Amarantha a Grã-Rainha de Prythian, sua lenda está associada a pesadelo e crueldade, e ela é supostamente aliada do Rei de Hybern, e a responsável pela maldição que recaiu sobre o povo feérico.

Houve um tempo em que eu sonhava e respirava e pensava em cores e luzes e formas. Às vezes eu até mesmo me permitia sonhar com o dia em que minhas irmãs estariam casadas e seríamos apenas papai e eu, com comida o suficiente para todos, dinheiro o bastante para comprar tinta, e tempo o bastante para colocar aquelas cores e formas em papel, ou tela, ou nas paredes do chalé.

Trecho do Livro

Lucien também me conquistou, adorei seu jeito provocante, e o quanto foi capaz de ser leal e amigo. Fiquei estarrecida quando soube sua história e tudo que ele sofreu. Ele é emissário de Tamlin e seu melhor amigo.

Aos poucos as barreiras que Feyre fizera dentro de si mesma estavam desvanecendo e suavizando, ela estava aprendendo cada vez mais sobre aquelas pessoas, e começou a perceber que eles também sofriam, também amavam e tinham amizades verdadeiras, que também assim como ela faziam de tudo para proteger e cuidar de suas famílias. Ela acreditava que todos os feéricos eram maus e cruéis, o que ela não sabia era que existiam tantos sentimentos bons nos feéricos e tanta beleza, afinal todas as lendas diziam o contrário. Logo Feyre sente que ali é seu lar, que encontrou de fato seu lugar no mundo.

É triste pensar que Feyre teve que aprender tantas coisas sozinha, como sobreviver em cada situação, teve que aprender a caçar sozinha, a nadar sozinha, e eu tive muita esperança de que pelo menos ela tivesse ajuda para aprender a escrever e a ler, e é claro que nosso herói misterioso acabaria ajudando, pelo menos foi o que desejei.

A cada dia Feyre ficava mais encantada com a corte primaveril, era uma terra de colinas verdes e florestas exuberantes, lagos cristalinos com o brilho das estrelas contido neles. E ela conseguiu realizar um sonho antigo, teve finalmente tempo para pintar, da hora que acordava até o anoitecer e ela pintou tantas coisas, pela primeira vez na vida ela estava fazendo algo por si mesma e estava de fato se sentindo bem de verdade, ela até conseguia sorrir, e olha que isso era difícil de acontecer a um tempo que parece longo demais

E quando finalmente ela e Tamlin ficam juntos, nossa eu amei o beijo deles ao alvorecer, a autora escreveu de um jeito que me envolveu, que me fez sentir a emoção do momento, tão leve, e, ao mesmo tempo, tão intenso.

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Quando Feyre foi libertada contra sua vontade e teve que voltar para casa, aliás um momento super triste que deixou meu coração apertado, enfim, fiquei realmente surpresa quando descobri que Nestha, a irmã rancorosa tivera coragem de ir até às muralhas que dividiam o mundo humano do mundo feérico para tentar encontrar Feyre, apesar de tudo ela a amava, e foi algo bom, saber que, no fundo, ela se importava isso foi importante para Feyre.

Olhei para minha irmã, olhei de verdade para ela, para aquela mulher que não conseguia suportar os mentirosos que agora a cercavam, que jamais tinha passado um dia na floresta, mas entrara no território dos lobos... Que tinha encoberto a perda de nossa mãe, depois nossa ruína, com ódio frio e amargura, porque o ódio fora seu bote salva-vidas, e a crueldade uma válvula de escape. Mas ela se importava — no fundo, ela se importava, e talvez me amasse com mais intensidade do que eu poderia entender, mais profunda e lealmente.

Quando ela percebeu que algo poderia estar errado, decide voltar e lutar por Tamlin, e dizer que também o amava, foi incrível ver a coragem dela indo atrás dele. Ela decidiu enfrentar todos os perigos desconhecidos por ele, Feyre enfrentou Amarantha e a custa de muito sofrimento quebrou a maldição que recaíra sobre a Corte Primaveril, assim como o aprisionamento dos outros povos feéricos, não foi fácil para ela.  Feyre teve uma ajuda inesperada, Rhysand o Grão- Senhor da Corte Noturna, apesar de seus métodos um pouco questionáveis, ele foi importante para manter Feyre erguida e viva, posso dizer que acho que existe uma ligação entre eles, ele lutou por ela no final e acredito que isso jamais poderá ser esquecido, e  talvez ele seja o único que de fato consiga entender o que se quebrara dentro da Feyre após ter matado aqueles feéricos inocentes, mesmo que isso tenha trazido a liberdade a todos, algo se quebrou dentro dela. Me emocionei com o final e com presente que ela recebeu dos Grão-Feéricos, e por saber que ela e Tamlin seriam felizes novamente.

Leiam, é uma história que realmente vale á pena. O segundo livro — Cortes de Névoa e Fúria — já está na minha estante, então logo logo poderei falar um pouco dele com vocês.

Imagem criada pela autora deste blog.

Nos sentamos no alto da colina, e escondi o sorriso quando Tamlin passou o braço em volta de meus ombros, me puxando para perto. Em silêncio, olhamos para a extensão ondulante e verde. O céu mudou para lilás, as nuvens foram preenchidas com luz rosa. Então, como um disco tremeluzente abundante e claro demais para ser descrito, o sol deslizou para cima do horizonte e cobriu tudo de dourado. Foi como ver o mundo nascer, e éramos as únicas testemunhas. 

Trecho do Livro

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