E pensemos nisso: e se realmente existir um significado para a vida humana? E se — pensem comigo — a vida na Terra não for algo só assustador e ridículo, mas também algo para se valorizar? E então?
Ele veio de Vonodoria a 8.653.178.431 anos-luz do planeta Terra para se passar pelo professor Andrew Martin e eliminar as informações sobre a resolução da hipótese de Riemann, considerada um dos problemas do milênio, pois é o problema mais importante da Matemática ainda não resolvido com consequências em Física e profundas repercussões na Teoria da Informação como, por exemplo, na questão da segurança na internet. Supostamente o professor matemático Andrew Martin havia conseguido solucionar o problema o que poderia mudar o mundo e nos levaria a um avanço tecnológico inimaginável, os vonodorianos não poderiam permitir isso, pois acreditavam que os humanos não estavam preparados para dispor de tal poder tecnológico e poderiam usá-lo para a destruição não só do seu próprio planeta mais supostamente a outros a que viessem a ter acesso. O trabalho do nosso extraterrestre com nome desconhecido era eliminar as provas dessa descoberta e eliminar também todos os que tivessem conhecimento dela através do professor, mas aí então ele nos observou e nos conheceu melhor.
O noticiário priorizava os assuntos de um modo que eu não
entendia. Por exemplo, não havia nada sobre novas observações matemáticas ou
polígonos ainda desconhecidos, mas muita coisa relacionada com a política, o
que nesse planeta girava essencialmente em torno de guerra e dinheiro. Na
verdade, a guerra e o dinheiro pareciam ser tão populares no noticiário que
este seria mais bem descrito como O Show da Guerra e do Dinheiro.
Trecho do Livro
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A última coisa que ouvi foi Claire de Lune, de Debussy. Esta era a representação mais próxima do espaço que eu já havia escutado, e fiquei lá, no meio da sala, congelado com o choque de descobrir que um humano tinha conseguido fazer um ruído tão lindo. Essa beleza me aterrorizou, como um alienígena aparecendo do nada. Um ipsoide irrompendo do deserto.
Trecho do Livro
Imagine se realmente houvesse entre nós um extraterrestre
disfarçado de humano nos observando, é isso que acontece no livro, ele veio com
uma visão preconcebida e negativa sobre os seres humanos, para ele nós éramos
os alienígenas, uma forma de vida primitiva, atrasada tecnologicamente, com
tendências violentas, egoístas, extremamente arrogantes e autodestrutivos. Tudo
bem, um pouco disso também é verdade, mas depois de um certo tempo infiltrado convivendo
com a Família, os amigos e tudo o que cercava a vida de Andrew, ele percebeu
uma certa ingenuidade em alguma de nossas atitudes, que também temos a
capacidade de cuidar uns dos outros, das nossas famílias amigos e animais de estimação,
descobriu nossa capacidade de amar, de ter esperança, a música a poesia. De
alguma forma nossas esquisitices passam a ser tão normais para ele como para
cada um de nós, e decide que prefere viver aqui na Terra como um simples mortal
com sua nova família, renunciando a imortalidade, aos seus dons de cura, de seu lar, onde não havia medo, ou morte, mas tampouco o amor. Ele achou valer a pena. Somos confusos, muitas vezes não entendemos nem a nós mesmos, mas acredito que no meio de toda essa confusão e caos também existe beleza, uma rara
beleza, que talvez muitos de nós ainda não conseguimos enxergar, mas há muito
amor e beleza em nós e em nosso pequeno planeta, e nosso extraterrestre conseguiu perceber
isso.
Este livro nos faz refletir um pouco mais sobre o sentido das
nossas vidas, o quanto somos frágeis e vulneráveis, sobre as escolhas que
fazemos e perceber como o tempo presente é valioso.
Acredito por fim que o que temos de mais especial é o amor
e a esperança.
Foi então que eu tomei consciência do porquê do amor. O amor servia para ajudar a sobreviver. Prestava-se também para deixar de lado o entendimento. Para parar de observar e começar a viver. Importante era segurar a mão de um ser amado e viver no presente. Passado e futuro eram mitos. O passado que amar e ser amado era uma coisa difícil de alcançar, mas ao se lidar com ele é possível ver o infinito.
Trecho do livro
Você tem sorte de estar vivo. Respire fundo e inspire as maravilhas da vida. Nunca passe indiferente por uma única pétala ou uma só flor.
Trecho do livro
Você não precisa ser um acadêmico. Não tem de ser nada. Não se force a nada. Sinta o seu caminho, e não pare de sentir seu caminho até achar algo em que se encaixe. Talvez não ache. Talvez você seja a estrada e não o destino. Tudo bem. Seja a estrada. Mas garanta que seja uma estrada com algo para ser visto através da janela.
Trecho do Livro
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