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SANTUÁRIO DOS VENTOS - GEORGE R.R. MARTIN

Pelo tempo em que essa canção for contada eles saberão de você, a menina que queria tanto suas asas que acabou mudando o mundo. (Trecho do livro)

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 No Santuário dos Ventos o mundo era dividido entre confinados à terra e voadores, eles podiam voar com grandes asas de metal. Essa é a história da Maris, ela nasceu confinada à terra, mas desde bem pequena ficava admirando os voadores e seu maior sonho era poder se tornar um deles. Numa manhã em que Maris procurava objetos e conchas na praia depois de uma tempestade conheceu Russ, um voador que foi muito gentil com ela, brincaram um tempo na praia, Russ colocou a garotinha nos ombros e brincaram de voar, Maris ficou encantada.

Russ não tinha filhos e acabou adotando Maris, ele a ensinou a voar e, quando ficou impossibilitado de voar concedeu as suas asas a Maris, mas o que parecia improvável aconteceu, a mulher de Russ deu à luz Coll, foi um parto difícil e infelizmente ela morreu logo após o nascimento do bebê, Maris ajudou a criar Coll e o amou muito como irmã e como mãe ao mesmo tempo, mas algo a entristecia, quando Coll completasse a maior idade ela teria que dar suas asas tão amadas para ele, segundo a tradição as asas deveriam passar para o filho primogênito de cada família, e como Maris era adotada teria que abdicar das asas com que sempre sonhou e voltar a ser uma confinada à terra, Coll cresceu, mas não queria ser um voador e sim um cantor, era para isso que realmente tinha talento, bem, temos aí um grande dilema. A mãe da Maris costumava dizer que ela tinha que se conformar e que não se deve tentar ser uma coisa que você não é, mas quem realmente pode dizer o que você é ou pode ser de verdade a não ser você mesmo, suponho que certamente não tradições e pré-conceitos antigos ou novos, penso que não podemos nos limitar aquilo que as pessoas dizem que podemos ou não ser, apenas eu posso julgar o que quero ser ou não, se em algum momento perceber que não estou gostando do que sou ou do que me tornei, ou do que estou fazendo, então eu não só posso como devo mudar e me tornar o que realmente quero, é só procurar os meios para tornar isso possível, se eu quero ser uma malabarista então eu posso aprender e me tornar uma malabarista, se quero ser uma escritora, então vou começar a escrever, não podemos nos limitar ou viver a espera da aprovação dos outros, ou então apenas passaremos pela vida interpretando personagens para agradar à plateia, e isso seria lamentável.

Maris, assim como seu irmão, não aceitou condicionar suas vidas aquela tradição tão antiga, que ao invés de priorizar o talento, a vocação e a vontade real de cada um, agiam com intolerância, impondo e de certa forma punindo as pessoas, já que as privam de realizar o que queriam. Então ela procurou ajuda para que um Conselho dos voadores fosse convocado para ela poder colocar seus pontos de vista e novas ideias em confronto com as tradições e talvez conseguir uma chance de não perder suas asas e, ao mesmo tempo, abrindo precedente para que outras pessoas tivessem a mesma oportunidade.

Bem, ela consegue seu objetivo, mas, na verdade, toda a mudança que se seguiria era bem maior e afetaria bem mais pessoas do que ela imaginava, em alguns momentos ela entra em conflito com seus amigos e consigo mesma sobre o que realmente torna alguém digno de merecer asas. Será que realmente só a habilidade era o suficiente?  Um dos motivos para chegar a esse dilema é Val, ele era um confinado à terra que conseguiu conquistar as asas de uma maneira que muitos consideraram desonesta, ele era bem orgulhoso e um tanto cruel, também é claro que aqueles que já eram voadores não queriam perder o direito as suas asas, enfim, Maris fica dividida entre seus amigos de sempre e aqueles que como ela queriam conquistar o direito a voar.

Maris teve uma vida longa, e sua participação nos eventos que irão se desencadear devido a sua decisão do passado será importante e em dado momento decisiva.

Essa história me fez perceber que nem sempre as mudanças são fáceis, mas são sem dúvida necessárias.


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COMO PARAR O TEMPO - LIVRO DE MATT HAIG - COMENTÁRIOS

 E a vida é assim. Não se deve temer a mudança nem recebê-la de braços abertos, quando não se tem nada a perder. Mudanças fazem parte da vida. É sua única constante. (Trecho do livro)

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Devo confessar que sou uma admiradora de Matt Haig, suas narrativas são descomplicadas e de fácil entendimento, e, ao mesmo tempo, suas reflexões têm uma profundidade que tocam de verdade minhas emoções. Gosto dele porque sempre me surpreendo aprendendo coisas novas, descobri coisas de que gosto e que eu nem sabia existirem, músicas, autores e poemas, e foi ele que me proporcionou através de seus livros. Fico imaginando se ele tem noção do quanto toca a vida das pessoas de tantas formas positivas e especiais.

Esta é a história de Tom Hazard, ele aparenta ter 40 anos, mas, na verdade, tem 430, ele sofre de uma condição bem inusitada chamada “anageria”, quem tem essa condição envelhece bem mais devagar do que as pessoas normais, existem algumas dessas pessoas no mundo e elas formaram uma organização chamada Albatroz para se protegerem e manterem essa condição em segredo, de tempos em tempos para não levantar suspeitas eles mudam de identidade de endereço e começam uma nova vida. Tom decide recomeçar a sua vida com seu verdadeiro nome em Londres onde já viveu séculos atrás, um lugar que trará muitas recordações do passado. Ele decide se tornar um professor de história do colegial, ele deseja ter uma vida normal. Sinceramente eu adoraria ter uma vida bem longa e ainda aparentar ser jovem e estar cheia de energia, o problema de envelhecer é que ficamos com o corpo frágil, um dia sua visão e sua mente começam a falhar e você acaba precisando de ajuda para se locomover e ir aos lugares e as visitas ao médico ficam mais frequentes. Imagino que todas as fases da vida, da infância a velhice tem seu lado bom, mas penso que ter o seu corpo se degenerando não é muito agradável, por outro lado, acho que seria triste ver todas as pessoas que você ama morrerem enquanto você continua vivo, sei lá, Matt Haig sempre me põem para pensar.

No decorrer da história acompanhamos o agora e as lembranças do passado de Tom, ele se lembra da morte de sua mãe, ela morreu assassinada devido à ignorância e superstição das pessoas, quem nunca ouviu falar da época em que houve a caça as bruxas em que várias pessoas  inocentes foram acusadas de bruxaria, em geral, as pessoas temem o que não entendem tanto agora como no passado, a diferença é que no passado as pessoas eram afogadas ou queimadas, ou enforcadas por causa disso, apesar de que existem formas modernas de tortura que algumas pessoas ignorantes usam para oprimir o que consideram “anormal”. Enfim, no caso do nosso personagem o problema é que ele não envelhecia então a mãe dele foi acusada de fazer bruxaria para manter o filho jovem para sempre, foi triste e desesperador e ele teve que fugir, Tom chega a Londres faminto e exausto, e é onde ele conhece Rose seu primeiro e único amor por mais de 400 anos, em dado momento Tom conta a verdade sobre sua condição para Rose, mas ela o ama demais para se importar com isso, então eles se casam e tem uma filha chamada Marion, eles tiveram uma vida feliz e boa por um tempo, mas claro que a condição do tom acabaria chamando atenção novamente e tanto Rose como tom decidiram ser mais seguro para todos principalmente para Marion que ele fosse embora, e mais uma vez ele teve que passar por um momento tão difícil, deixar sua família que tanto amava e recomeçar. Os anos se passaram, e quando ele reencontrou Rose novamente em 1623 ela havia contraído a peste e já estava muito próxima da morte, foi aí que ele descobriu que sua filha parou de envelhecer assim como ele, e que ela teve que fugir também. Ele procurou a filha por muitos anos sem sucesso e passou por vários lugares e teve muitos nomes, até que foi encontrado pela Organização Albatroz, e ele meio que não teve muita escolha a não ser aceitar fazer parte da organização, afinal ou era isso, ou a morte e eles prometeram ajudar a encontrar Marion.

Você não é o único que sofre no mundo. Não segure as dores como se fossem preciosas. Tem o suficiente delas por aí. (Trecho do Livro)

Por tudo que se passou, Tom não gostava da sua condição, afinal ele perdeu tantas coisas e pessoas, ele se sentia solitário e mesmo séculos tendo se passado ele ainda sentia falta da Rose. Ele não se sentia mais o mesmo, ele foi muitos e  parecia que tinha perdido a pessoa que realmente fora um dia e isso o fazia se sentir mais triste, mas na sua nova vida em Londres, ele conhece Camille uma professora de francês, e ele acaba se apaixonado por ela, contudo a primeira regra da Organização é justamente não se apaixonar e nunca revelar a verdade para ninguém ou haveria consequências muito perigosas, bem a Organização da qual Tom faz parte não costuma ser tolerante nessa questão, e o problema é que depois de tantos anos solitário ele finalmente sente vontade de redescobrir quem ele realmente é sem mentiras, sente vontade de fazer parte de algo, e  ele se sente feliz fazendo diferença na vida dos alunos, quer se envolver criar laços de amizade e amor, mas a Organização Albatroz não vai deixá-lo livre tão facilmente. Acho que Tom vai precisar decidir se continua vivendo com medo e se escondendo, ou se decide enfrentar tudo para simplesmente viver o agora sendo ele mesmo e enfrentando as consequências.

É uma história fascinante, e o final é surpreendente, simplesmente amei. Leiam Matt Haig, não só este livro, leiam os outros também, na minha opinião ele é um dos melhores escritores dos últimos tempos.

Afinal, não somos apenas aqueles que nascemos. Somos aqueles que nos tornamos. Somos aqueles que a vida faz. (Trecho do Livro)


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Algumas impressões - O Jardim Secreto

 Uma das coisas mais estranhas de se viver no mundo é que só há o agora, então tem-se a certeza de que pelo menos alguém irá viver para sempre, sempre e sempre.

Trecho do Livro

Livro O Jardim Encantado

O Jardim Secreto é um livro de Frances Hodgson Burnett, foi publicado pela primeira vez em 1911 sendo considerado um clássico da literatura.

Essa é uma história sobre transformações, eu gosto dela pelo destaque que dá a natureza, porque afinal de contas também é um tipo de “magia”, toda a beleza das flores, árvores e animais, o tempo do plantio do nascimento, a mudança das estações, crianças descobrindo uma nova forma de viver e enxergando o mundo de uma forma mais bela. Essa história é contada com tanta sensibilidade e riqueza de detalhes que você acaba se imaginando naquele jardim secreto ao lado de Mary, Dickon e Colin, e fica pensando se realmente poderíamos nos comunicar com os pássaros se tentássemos.

Mary foi uma criança indesejada pelos seus pais, logo que nasceu sua mãe a deixou aos cuidados de uma ama e continuou se ocupando apenas com aquilo com que se importava de fato, festas e diversão. De cara dá para perceber que a vida de Mary não começou com amor ou acolhimento. Vivia cercada de criados que faziam tudo que ela queria, não pelo bem dela, mas sim, para não incomodar a patroa que não queria nem ouvir falar em Mary. Claro que ela se tornaria uma criança mimada, infeliz e um tanto desagradável. Quando Mary tinha 9 anos, houve um surto de cólera na Índia onde vivia com seus pais, e eles morreram. Bem, como Mary não conviveu com eles, não era de se esperar que sentisse muito sua falta, afinal como poderia amar ou sentir falta de adultos que deveriam cuidar dela e amá-la e não o fizeram, ela foi apenas uma vítima dos fatos. Mary mergulhou em pensamentos sobre si mesma e sobre o que seria feito dela agora que estava órfã, ela não conseguia ser agradável nem com as outras crianças e a maioria dos adultos a achavam uma criança sem graça e feia, bem diferente de sua mãe que era educada e linda. Tadinha da Mary, ninguém ensinou a ela como ser agradável ou educada.

Mary foi enviada em uma longa viagem de navio para a Inglaterra para casa do seu tio Sr. Archibald Craven, onde moraria de agora em diante. Ao chegar foi recebida pela governanta do seu tio a Sra. Medlock, Mary não gostou muito dela, nada fora do comum, afinal não costumava gostar das pessoas em geral. Em suas reflexões, Mary se perguntava porque as outras crianças pareciam ser queridas a seus pais e ela mesma quando seus pais eram vivos nunca sentiu ser querida por eles, na verdade, Mary nunca se sentiu querida ou acolhida por ninguém, talvez por isso tenha se tornado uma criança tão amarga, acredito ser o  que acontece a uma criança que não se sente especial para ninguém, principalmente por seus próprios pais, talvez por isso ela também não conseguisse gostar de ninguém porque esse tipo de coisa também se aprende, mas ela não teve ninguém para ensinar. Mary poderia ser diferente se tivesse sido amada, ninguém se importava com ela, e apesar de seu tio ter mandado buscá-la também não se importava com ela, não queria vê-la. Ao que parecia a vida dela não iria melhorar muito, mas, é só o que parece, porque apesar das aparências as coisas mudariam gradualmente para bem melhor e não só para Mary.

Logo Mary conhece Martha uma criada designada para cuidar dela, Martha era totalmente diferente dos criados que Mary estava acostumada na Índia, ela era falante, bem-humorada e agradável, e o melhor de tudo não parecia se importar com a arrogância e rabugice de Mary, isso a surpreendeu e foi bem positivo, Martha tinha um jeito amigável e firme, claro que seria uma ótima influência para Mary. Muitas coisas mudaram na vida dela na casa do tio, e ela teve que aprender a cuidar mais de si mesma a ser mais independente.

Aconselhada por Martha ela começou a passear pelos jardins, a brincar ao ar livre, foi aí que ela conheceu o pintarroxo um passarinho que  conseguiu despertar uma ternura desconhecida no coração de Mary, e também a ajudou a aprender sobre amizade e magia, e ela começou a cada dia se tornar mais agradável, e a essa altura ela já gostava da Martha também. O pintarroxo morava em um jardim onde Mary não conseguia descobrir como entrar, foi então que perguntou para Martha e ela lhe contou sobre o jardim secreto que fora trancado depois que a esposa do seu tio havia falecido, claro que para uma criança um mistério é sempre instigante, e Mary passava os dias tentando descobrir onde estava a entrado do jardim e onde poderia estar a chave para abri-lo. Foi o pintarroxo que lhe mostrou onde a chave estava enterrada, desde então ela carregava a chave para todos os lados na esperança de encontrar a porta um dia.

A família de Martha era muito humilde, moravam em um pequeno chalé com doze crianças para alimentar e ganhavam muito pouco, mesmo assim a mãe de Martha preocupada com a criança solitária que perdeu os pais e estava sozinha em um novo lar estranho, comprou para ela uma corda de pular, Mary nunca vira uma e ficou encantada quando Martha a ensinou como pular, e passou a pular por todos os cantos diariamente, nada melhor para uma criança do que brincar ao ar livre, a mãe de Martha era uma mulher muito amável e sábia. É “engraçado” pensar que às vezes pessoas que não são de nossa família, tem mais consideração e carinho por nós do que nossa própria família, o que me leva a conclusão de que família não é necessariamente apenas quem tem o nosso sangue, mas sim quem cuida de nós, que nos dá carinho e nos ajuda a perceber o quanto somos especiais e nos transformar no melhor que podemos ser, acho que foi isso que Martha e sua família fizeram por Mary, que sentiu os efeitos disso e passou gradualmente a ir se transformando numa criança totalmente diferente e muito melhor.

Depois de um tempo o pintarroxo guiou Mary até a porta do jardim escondida sob os arbustos, ela entrou e ficou encantada com aquele lugar que seria seu refúgio e fez milhares de planos para trazer o jardim de volta a vida, em segredo é claro, e ficou muito, muito agradecida ao pintarroxo. É linda a inocência das crianças, talvez pelo fato de acreditar de verdade que o pintarroxo se comunicava com ela, fez que com isso se tornasse real, e ela realmente precisava de um amigo, pois nunca teve um.

No decorrer da história conhecemos o irmão da Martha Dickon, ele é um encantador de animais, Mary faz amizade com ele e os dois começam a cuidar do jardim secreto juntos. Mary também acaba descobrindo que tem um primo que é muito mais mimado do que ela, mas as coisas mudam e Colin também acaba se transformando para melhor com a convivência com Dickon e Mary, e o Jardim, e a primavera também fizeram sua magia.

Mary e Dickon trabalharam um pouco aqui e acolá, e Colin os observou. Eles trouxeram coisas para ver, botões que ainda estavam bem fechados, pedaços de galhos, cujas folhas estavam apenas mostrando seu verde, a pena de um pica-pau que havia caído sobre a grama, uma concha vazia que algum pássaro havia chocado cedo demais. Dickon empurrou a cadeira bem devagar, dando voltas pelo jardim, parando a cada momento para deixá-lo olhar para as maravilhas que brotavam da terra ou trilhavam para baixo das árvores.

Trecho do Livro

Eu adorei a história, e claro tem sim um final bem feliz como era de se esperar. Leiam O Jardim Secreto e acrescente um pouco mais de magia a sua vida.


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VIAGEM AO CENTRO DA TERRA - CLÁSSICO DE JÚLIO VERNE

 



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Esses dias estava pensando que gostaria de comentar sobre um clássico aqui no blog, e me lembrei que havia na minha estante uma edição de Clássicos de Júlio Verne da editora Codil dos anos 1970, e uma tradução de Pinheiro chagas de A vida e as Aventuras de Robinson Crusoé comprado em 1923, confesso que fiquei na dúvida entre esses e outros clássicos antigos que tenho aqui, mas acabei me decidindo por Viagem ao Centro da Terra. Então se você já leu edições mais novas ou ainda vai ler - é o que espero, pois, esse livro é maravilhoso e muito surpreendente, Júlio Verne estava muito à frente de sua época – pode perceber talvez algumas diferenças nos trechos do livro que colocarei aqui.

Viagem ao centro da terra é um livro de ficção científica e foi publicado pela primeira vez em 1864, como já havia comentado Júlio Verne estava bem a frente do seu tempo, então é um livro cheio de detalhes e nomes científicos nada tediante.

Precipitando-se sobre a folha de papel, olhos inquietos, voz embargada, leu o documento inteiro:

In Sneffels Yoculis craterem kem delibat

umbra Scartaris Julli intra calendas descende,

 audas viator, et terrestre centrum attinges.

Kod feci. Arne Saknussemm.

Aquele latim bárbaro pode assim ser traduzido:

Desça até a cratera do Yocul de Sneffels

 que a sombra do Scartaris vem acariciar antes

 das calendas de julho, e atingirás, ó viajante

 audaz, o centro da terra. O que eu fiz.

 Arne Saknussemm.

Trecho do Livro

A história se passa em Hamburgo, na Alemanha, e quem nos narra os fatos de uma forma bem irreverente é Áxel. Ele começa narrando sobre as características peculiares de seu tio o professor Otto Lidenbrock, e sobre um raro manuscrito rúnico que seu tio havia encontrado, o professor estava extremamente entusiasmado com o achado, Áxel não estava muito interessado, mas fingia interesse para não contrariar o tio excêntrico. Para nossa surpresa e dos nossos personagens um pergaminho escorregou de dentro do manuscrito, nele havia estranhos carácteres rúnicos e esse achado mudaria o rumo da vida deles. O professor foi incansável na pesquisa para decifrar o pergaminho, ele acreditava piamente que ali, naquele criptograma existia a explicação ou indicação de uma grande descoberta, e ele não estava errado.

Áxel - disse-me com voz terna -, você é um rapaz muito talentoso. Você me prestou enorme serviço, quando, já quase destroçado, ia abandonar aquela combinação. Onde me teria perdido? Ninguém poderá saber. Jamais me esquecerei disto, meu rapaz, e você terá sua parcela na glória que iremos conquistar.

Trecho do livro

Áxel por acaso conseguiu decifrar o enigma, e a princípio pensou em esconder essa informação de seu tio, veja bem, não é que ele seja ruim, só era meio medroso e não queria ser arrastado pelo seu tio para uma viagem insana para o centro da terra, uma viagem da qual poderiam nunca voltar. Bem, o professor estava tão concentrado que esqueceu de comer e com isso deixou o resto da casa com fome também, ele não sabia, mas a fome é ótima para convencer as pessoas - pelo menos no caso de Áxel -, percebendo que continuariam com fome até o professor decifrar o criptograma, Áxel se rendeu e contou que havia descoberto o significado do pergaminho. O professor ficou radiante, e o que Áxel temia aconteceu, o tio seguiria as pistas, viajaria para encontrar o centro da terra e levaria Áxel com ele.

Áxel ainda tentou argumentar, mas nada foi capaz de demover o tio da ideia louca de empreender tal viagem, e ao final ele mesmo acabou sendo invadido pelo entusiasmo do professor.

...Deveria levar a sério sua resolução de ir ao centro da terra? Acabava de ouvir absurdas divagações de um maluco ou as deduções científicas de um gênio admirável? ...Hesitava  entre mil hipóteses contraditórias, sem poder agarrar-me a qualquer delas. Contudo, lembrava-me de que fôra convencido, embora meu entusiasmo já começasse a arrefecer. Mas desejava partir imediatamente e não perder tempo em reflexões. Sim, não me faltaria coragem naquele momento para arrumar a mala e partir.

Trecho do Livro