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CORTE DE ASAS E RUÍNA - TERCEIRO LIVRO DA SÉRIE LITERÁRIA CORTE DE ESPINHOS E ROSAS - SARAH J. MAAS

 Em meio à guerra, é seu coração que enfrentará a mais árdua das batalhas... 

Foto feita por livrosqueamamos.com.br


Cheguei ao terceiro livro da série literária Corte de Espinhos e Rosas e acredito que a palavra para esse livro é EMOÇÃO, uma mistura de sentimentos tanto para mim como para os personagens.

Ressentimento, acho que esse sentimento se refletiu de Feyre para Tamlin e para a cobra da Grã — Sacerdotisa que Feyre tanto confiou, por terem entregue suas irmãs  para o Rei de Hybern, também fiquei chocada e decepcionada mais uma vez com Tamlin por ter se aliado ao Rei sendo sinceramente ou não apenas para ter Feyre de volta contra a vontade dela, e depois ressentimento e decepção de Tamlin para Feyre por tê-lo abandonado e enfraquecido a Corte Primaveril para se vingar os deixando vulneráveis tendo razão para isso ou não, devo confessar que dei razão a Feyre por fazer isso, mas depois fiquei com um pouquinho de pena do Tamlin, só um pouquinho mesmo depois passou, porque o que ele fez foi muito mais grave. Medo, de criaturas misteriosas e antigas que pareciam ser terríveis e nada confiáveis, mas que acabaram se tornando aliadas importantes. Bondade inesperada vinda do Suriel, e o pedido comovente dele para que Feyre tentasse deixar o mundo um pouco melhor do que ela encontrou, nossa fiquei bem triste com a morte dele, chorei junto com a Feyre.

O Terror dos nossos personagens ao pensar em uma guerra contra o mal que parecia quase impossível de vencer, o medo ao pensar em perder os amigos, a família e tudo o que há de bom no mundo. Em vários momentos, nas batalhas a autora transmite tanta emoção que senti quase meu coração parar e acho que parei de respirar por alguns segundos, e nunca em nenhum momento da história os amigos verdadeiros deixaram de proteger uns aos outros, mesmo quando isso exigiu sacrifícios pessoais e risco de morte.

Ao longo dos três livros fui me apaixonando pela trajetória da Feyre e de todos que fizeram parte dela, foi lindo o amor e a intimidade dela com Rhysand, a aproximação com as irmãs naquele acampamento os abraços que trocaram finalmente, a coragem e a esperança de todos, principalmente de Cassian, Azriel, Morrigan, Amren, Lucien, Rhys e finalmente Feyre que precisou de fato de muita coragem para se olhar no Uróboro e encarar tudo dentro de si, o que realmente ela é, todas as partes, as boas e as ruins, e nós sabemos que nem sempre é fácil encarar quem realmente somos, principalmente nossos defeitos e erros que preferimos muitas vezes não enxergar.

Me senti feliz e naquele momento da história muito grata pelo pai da Feyre ter finalmente lutado pelas filhas no momento mais importante, sim, ele acaba tomando coragem para fazer algo embora eu já não esperasse mais por isso, e não poderia usar outra palavra se não alívio, por Tamlin no momento certo e crucial ter passado por cima do seu orgulho e ter amado a Feyre ao ponto de deixá-la ser feliz, de ajudá-la mesmo quando isso provocaria seu próprio sofrimento pelo amor não correspondido, ele foi nobre e não esperava menos  do Tamlin que aprendi a gostar no primeiro livro, não estava feliz em ter que continuar decepcionada com ele.

Ainda há um longo caminho pela frente, para de fato construir confiança e manter a paz entre feéricos e humanos e entre os próprios feéricos, mas o mais importante é que no momento que era mais decisivo eles estiveram todos unidos para tentar salvar o mundo e não permitir que o que há de belo e bom no mundo se perdesse.

Rhys observou todos de novo... e estendeu a mão para Cassian. Cassian a aceitou e estendeu a outra mão a Mor. Então, Mor ofereceu a dela a Azriel. Azriel, para Amren. Amren, para Nestha. Nestha, para Elain. E Elain, para mim. Até que estivéssemos todos ligados, todos unidos.

— Caminharemos para aquele campo — declarou Rhys. — E só aceitaremos a Morte quando ela vier nos puxar para o Outro Mundo. Lutaremos pela vida, por sobrevivência, por nossos futuros. Mas, se ficar decidido por aquela trama do Destino ou pelo Caldeirão ou pela Mãe que não sairemos daquele campo hoje... A grande alegria e honra de minha vida foi conhecê-los. chamar vocês de minha família. E sou grato, mais do que posso expressar, por ter recebido esse tempo com vocês.

Algumas palavras de Rhysand antes da batalha contra Hybern


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SANTUÁRIO DOS VENTOS - GEORGE R.R. MARTIN

Pelo tempo em que essa canção for contada eles saberão de você, a menina que queria tanto suas asas que acabou mudando o mundo. (Trecho do livro)

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 No Santuário dos Ventos o mundo era dividido entre confinados à terra e voadores, eles podiam voar com grandes asas de metal. Essa é a história da Maris, ela nasceu confinada à terra, mas desde bem pequena ficava admirando os voadores e seu maior sonho era poder se tornar um deles. Numa manhã em que Maris procurava objetos e conchas na praia depois de uma tempestade conheceu Russ, um voador que foi muito gentil com ela, brincaram um tempo na praia, Russ colocou a garotinha nos ombros e brincaram de voar, Maris ficou encantada.

Russ não tinha filhos e acabou adotando Maris, ele a ensinou a voar e, quando ficou impossibilitado de voar concedeu as suas asas a Maris, mas o que parecia improvável aconteceu, a mulher de Russ deu à luz Coll, foi um parto difícil e infelizmente ela morreu logo após o nascimento do bebê, Maris ajudou a criar Coll e o amou muito como irmã e como mãe ao mesmo tempo, mas algo a entristecia, quando Coll completasse a maior idade ela teria que dar suas asas tão amadas para ele, segundo a tradição as asas deveriam passar para o filho primogênito de cada família, e como Maris era adotada teria que abdicar das asas com que sempre sonhou e voltar a ser uma confinada à terra, Coll cresceu, mas não queria ser um voador e sim um cantor, era para isso que realmente tinha talento, bem, temos aí um grande dilema. A mãe da Maris costumava dizer que ela tinha que se conformar e que não se deve tentar ser uma coisa que você não é, mas quem realmente pode dizer o que você é ou pode ser de verdade a não ser você mesmo, suponho que certamente não tradições e pré-conceitos antigos ou novos, penso que não podemos nos limitar aquilo que as pessoas dizem que podemos ou não ser, apenas eu posso julgar o que quero ser ou não, se em algum momento perceber que não estou gostando do que sou ou do que me tornei, ou do que estou fazendo, então eu não só posso como devo mudar e me tornar o que realmente quero, é só procurar os meios para tornar isso possível, se eu quero ser uma malabarista então eu posso aprender e me tornar uma malabarista, se quero ser uma escritora, então vou começar a escrever, não podemos nos limitar ou viver a espera da aprovação dos outros, ou então apenas passaremos pela vida interpretando personagens para agradar à plateia, e isso seria lamentável.

Maris, assim como seu irmão, não aceitou condicionar suas vidas aquela tradição tão antiga, que ao invés de priorizar o talento, a vocação e a vontade real de cada um, agiam com intolerância, impondo e de certa forma punindo as pessoas, já que as privam de realizar o que queriam. Então ela procurou ajuda para que um Conselho dos voadores fosse convocado para ela poder colocar seus pontos de vista e novas ideias em confronto com as tradições e talvez conseguir uma chance de não perder suas asas e, ao mesmo tempo, abrindo precedente para que outras pessoas tivessem a mesma oportunidade.

Bem, ela consegue seu objetivo, mas, na verdade, toda a mudança que se seguiria era bem maior e afetaria bem mais pessoas do que ela imaginava, em alguns momentos ela entra em conflito com seus amigos e consigo mesma sobre o que realmente torna alguém digno de merecer asas. Será que realmente só a habilidade era o suficiente?  Um dos motivos para chegar a esse dilema é Val, ele era um confinado à terra que conseguiu conquistar as asas de uma maneira que muitos consideraram desonesta, ele era bem orgulhoso e um tanto cruel, também é claro que aqueles que já eram voadores não queriam perder o direito as suas asas, enfim, Maris fica dividida entre seus amigos de sempre e aqueles que como ela queriam conquistar o direito a voar.

Maris teve uma vida longa, e sua participação nos eventos que irão se desencadear devido a sua decisão do passado será importante e em dado momento decisiva.

Essa história me fez perceber que nem sempre as mudanças são fáceis, mas são sem dúvida necessárias.


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COMO PARAR O TEMPO - LIVRO DE MATT HAIG - COMENTÁRIOS

 E a vida é assim. Não se deve temer a mudança nem recebê-la de braços abertos, quando não se tem nada a perder. Mudanças fazem parte da vida. É sua única constante. (Trecho do livro)

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Devo confessar que sou uma admiradora de Matt Haig, suas narrativas são descomplicadas e de fácil entendimento, e, ao mesmo tempo, suas reflexões têm uma profundidade que tocam de verdade minhas emoções. Gosto dele porque sempre me surpreendo aprendendo coisas novas, descobri coisas de que gosto e que eu nem sabia existirem, músicas, autores e poemas, e foi ele que me proporcionou através de seus livros. Fico imaginando se ele tem noção do quanto toca a vida das pessoas de tantas formas positivas e especiais.

Esta é a história de Tom Hazard, ele aparenta ter 40 anos, mas, na verdade, tem 430, ele sofre de uma condição bem inusitada chamada “anageria”, quem tem essa condição envelhece bem mais devagar do que as pessoas normais, existem algumas dessas pessoas no mundo e elas formaram uma organização chamada Albatroz para se protegerem e manterem essa condição em segredo, de tempos em tempos para não levantar suspeitas eles mudam de identidade de endereço e começam uma nova vida. Tom decide recomeçar a sua vida com seu verdadeiro nome em Londres onde já viveu séculos atrás, um lugar que trará muitas recordações do passado. Ele decide se tornar um professor de história do colegial, ele deseja ter uma vida normal. Sinceramente eu adoraria ter uma vida bem longa e ainda aparentar ser jovem e estar cheia de energia, o problema de envelhecer é que ficamos com o corpo frágil, um dia sua visão e sua mente começam a falhar e você acaba precisando de ajuda para se locomover e ir aos lugares e as visitas ao médico ficam mais frequentes. Imagino que todas as fases da vida, da infância a velhice tem seu lado bom, mas penso que ter o seu corpo se degenerando não é muito agradável, por outro lado, acho que seria triste ver todas as pessoas que você ama morrerem enquanto você continua vivo, sei lá, Matt Haig sempre me põem para pensar.

No decorrer da história acompanhamos o agora e as lembranças do passado de Tom, ele se lembra da morte de sua mãe, ela morreu assassinada devido à ignorância e superstição das pessoas, quem nunca ouviu falar da época em que houve a caça as bruxas em que várias pessoas  inocentes foram acusadas de bruxaria, em geral, as pessoas temem o que não entendem tanto agora como no passado, a diferença é que no passado as pessoas eram afogadas ou queimadas, ou enforcadas por causa disso, apesar de que existem formas modernas de tortura que algumas pessoas ignorantes usam para oprimir o que consideram “anormal”. Enfim, no caso do nosso personagem o problema é que ele não envelhecia então a mãe dele foi acusada de fazer bruxaria para manter o filho jovem para sempre, foi triste e desesperador e ele teve que fugir, Tom chega a Londres faminto e exausto, e é onde ele conhece Rose seu primeiro e único amor por mais de 400 anos, em dado momento Tom conta a verdade sobre sua condição para Rose, mas ela o ama demais para se importar com isso, então eles se casam e tem uma filha chamada Marion, eles tiveram uma vida feliz e boa por um tempo, mas claro que a condição do tom acabaria chamando atenção novamente e tanto Rose como tom decidiram ser mais seguro para todos principalmente para Marion que ele fosse embora, e mais uma vez ele teve que passar por um momento tão difícil, deixar sua família que tanto amava e recomeçar. Os anos se passaram, e quando ele reencontrou Rose novamente em 1623 ela havia contraído a peste e já estava muito próxima da morte, foi aí que ele descobriu que sua filha parou de envelhecer assim como ele, e que ela teve que fugir também. Ele procurou a filha por muitos anos sem sucesso e passou por vários lugares e teve muitos nomes, até que foi encontrado pela Organização Albatroz, e ele meio que não teve muita escolha a não ser aceitar fazer parte da organização, afinal ou era isso, ou a morte e eles prometeram ajudar a encontrar Marion.

Você não é o único que sofre no mundo. Não segure as dores como se fossem preciosas. Tem o suficiente delas por aí. (Trecho do Livro)

Por tudo que se passou, Tom não gostava da sua condição, afinal ele perdeu tantas coisas e pessoas, ele se sentia solitário e mesmo séculos tendo se passado ele ainda sentia falta da Rose. Ele não se sentia mais o mesmo, ele foi muitos e  parecia que tinha perdido a pessoa que realmente fora um dia e isso o fazia se sentir mais triste, mas na sua nova vida em Londres, ele conhece Camille uma professora de francês, e ele acaba se apaixonado por ela, contudo a primeira regra da Organização é justamente não se apaixonar e nunca revelar a verdade para ninguém ou haveria consequências muito perigosas, bem a Organização da qual Tom faz parte não costuma ser tolerante nessa questão, e o problema é que depois de tantos anos solitário ele finalmente sente vontade de redescobrir quem ele realmente é sem mentiras, sente vontade de fazer parte de algo, e  ele se sente feliz fazendo diferença na vida dos alunos, quer se envolver criar laços de amizade e amor, mas a Organização Albatroz não vai deixá-lo livre tão facilmente. Acho que Tom vai precisar decidir se continua vivendo com medo e se escondendo, ou se decide enfrentar tudo para simplesmente viver o agora sendo ele mesmo e enfrentando as consequências.

É uma história fascinante, e o final é surpreendente, simplesmente amei. Leiam Matt Haig, não só este livro, leiam os outros também, na minha opinião ele é um dos melhores escritores dos últimos tempos.

Afinal, não somos apenas aqueles que nascemos. Somos aqueles que nos tornamos. Somos aqueles que a vida faz. (Trecho do Livro)


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Algumas impressões - O Jardim Secreto

 Uma das coisas mais estranhas de se viver no mundo é que só há o agora, então tem-se a certeza de que pelo menos alguém irá viver para sempre, sempre e sempre.

Trecho do Livro

Livro O Jardim Encantado

O Jardim Secreto é um livro de Frances Hodgson Burnett, foi publicado pela primeira vez em 1911 sendo considerado um clássico da literatura.

Essa é uma história sobre transformações, eu gosto dela pelo destaque que dá a natureza, porque afinal de contas também é um tipo de “magia”, toda a beleza das flores, árvores e animais, o tempo do plantio do nascimento, a mudança das estações, crianças descobrindo uma nova forma de viver e enxergando o mundo de uma forma mais bela. Essa história é contada com tanta sensibilidade e riqueza de detalhes que você acaba se imaginando naquele jardim secreto ao lado de Mary, Dickon e Colin, e fica pensando se realmente poderíamos nos comunicar com os pássaros se tentássemos.

Mary foi uma criança indesejada pelos seus pais, logo que nasceu sua mãe a deixou aos cuidados de uma ama e continuou se ocupando apenas com aquilo com que se importava de fato, festas e diversão. De cara dá para perceber que a vida de Mary não começou com amor ou acolhimento. Vivia cercada de criados que faziam tudo que ela queria, não pelo bem dela, mas sim, para não incomodar a patroa que não queria nem ouvir falar em Mary. Claro que ela se tornaria uma criança mimada, infeliz e um tanto desagradável. Quando Mary tinha 9 anos, houve um surto de cólera na Índia onde vivia com seus pais, e eles morreram. Bem, como Mary não conviveu com eles, não era de se esperar que sentisse muito sua falta, afinal como poderia amar ou sentir falta de adultos que deveriam cuidar dela e amá-la e não o fizeram, ela foi apenas uma vítima dos fatos. Mary mergulhou em pensamentos sobre si mesma e sobre o que seria feito dela agora que estava órfã, ela não conseguia ser agradável nem com as outras crianças e a maioria dos adultos a achavam uma criança sem graça e feia, bem diferente de sua mãe que era educada e linda. Tadinha da Mary, ninguém ensinou a ela como ser agradável ou educada.

Mary foi enviada em uma longa viagem de navio para a Inglaterra para casa do seu tio Sr. Archibald Craven, onde moraria de agora em diante. Ao chegar foi recebida pela governanta do seu tio a Sra. Medlock, Mary não gostou muito dela, nada fora do comum, afinal não costumava gostar das pessoas em geral. Em suas reflexões, Mary se perguntava porque as outras crianças pareciam ser queridas a seus pais e ela mesma quando seus pais eram vivos nunca sentiu ser querida por eles, na verdade, Mary nunca se sentiu querida ou acolhida por ninguém, talvez por isso tenha se tornado uma criança tão amarga, acredito ser o  que acontece a uma criança que não se sente especial para ninguém, principalmente por seus próprios pais, talvez por isso ela também não conseguisse gostar de ninguém porque esse tipo de coisa também se aprende, mas ela não teve ninguém para ensinar. Mary poderia ser diferente se tivesse sido amada, ninguém se importava com ela, e apesar de seu tio ter mandado buscá-la também não se importava com ela, não queria vê-la. Ao que parecia a vida dela não iria melhorar muito, mas, é só o que parece, porque apesar das aparências as coisas mudariam gradualmente para bem melhor e não só para Mary.

Logo Mary conhece Martha uma criada designada para cuidar dela, Martha era totalmente diferente dos criados que Mary estava acostumada na Índia, ela era falante, bem-humorada e agradável, e o melhor de tudo não parecia se importar com a arrogância e rabugice de Mary, isso a surpreendeu e foi bem positivo, Martha tinha um jeito amigável e firme, claro que seria uma ótima influência para Mary. Muitas coisas mudaram na vida dela na casa do tio, e ela teve que aprender a cuidar mais de si mesma a ser mais independente.

Aconselhada por Martha ela começou a passear pelos jardins, a brincar ao ar livre, foi aí que ela conheceu o pintarroxo um passarinho que  conseguiu despertar uma ternura desconhecida no coração de Mary, e também a ajudou a aprender sobre amizade e magia, e ela começou a cada dia se tornar mais agradável, e a essa altura ela já gostava da Martha também. O pintarroxo morava em um jardim onde Mary não conseguia descobrir como entrar, foi então que perguntou para Martha e ela lhe contou sobre o jardim secreto que fora trancado depois que a esposa do seu tio havia falecido, claro que para uma criança um mistério é sempre instigante, e Mary passava os dias tentando descobrir onde estava a entrado do jardim e onde poderia estar a chave para abri-lo. Foi o pintarroxo que lhe mostrou onde a chave estava enterrada, desde então ela carregava a chave para todos os lados na esperança de encontrar a porta um dia.

A família de Martha era muito humilde, moravam em um pequeno chalé com doze crianças para alimentar e ganhavam muito pouco, mesmo assim a mãe de Martha preocupada com a criança solitária que perdeu os pais e estava sozinha em um novo lar estranho, comprou para ela uma corda de pular, Mary nunca vira uma e ficou encantada quando Martha a ensinou como pular, e passou a pular por todos os cantos diariamente, nada melhor para uma criança do que brincar ao ar livre, a mãe de Martha era uma mulher muito amável e sábia. É “engraçado” pensar que às vezes pessoas que não são de nossa família, tem mais consideração e carinho por nós do que nossa própria família, o que me leva a conclusão de que família não é necessariamente apenas quem tem o nosso sangue, mas sim quem cuida de nós, que nos dá carinho e nos ajuda a perceber o quanto somos especiais e nos transformar no melhor que podemos ser, acho que foi isso que Martha e sua família fizeram por Mary, que sentiu os efeitos disso e passou gradualmente a ir se transformando numa criança totalmente diferente e muito melhor.

Depois de um tempo o pintarroxo guiou Mary até a porta do jardim escondida sob os arbustos, ela entrou e ficou encantada com aquele lugar que seria seu refúgio e fez milhares de planos para trazer o jardim de volta a vida, em segredo é claro, e ficou muito, muito agradecida ao pintarroxo. É linda a inocência das crianças, talvez pelo fato de acreditar de verdade que o pintarroxo se comunicava com ela, fez que com isso se tornasse real, e ela realmente precisava de um amigo, pois nunca teve um.

No decorrer da história conhecemos o irmão da Martha Dickon, ele é um encantador de animais, Mary faz amizade com ele e os dois começam a cuidar do jardim secreto juntos. Mary também acaba descobrindo que tem um primo que é muito mais mimado do que ela, mas as coisas mudam e Colin também acaba se transformando para melhor com a convivência com Dickon e Mary, e o Jardim, e a primavera também fizeram sua magia.

Mary e Dickon trabalharam um pouco aqui e acolá, e Colin os observou. Eles trouxeram coisas para ver, botões que ainda estavam bem fechados, pedaços de galhos, cujas folhas estavam apenas mostrando seu verde, a pena de um pica-pau que havia caído sobre a grama, uma concha vazia que algum pássaro havia chocado cedo demais. Dickon empurrou a cadeira bem devagar, dando voltas pelo jardim, parando a cada momento para deixá-lo olhar para as maravilhas que brotavam da terra ou trilhavam para baixo das árvores.

Trecho do Livro

Eu adorei a história, e claro tem sim um final bem feliz como era de se esperar. Leiam O Jardim Secreto e acrescente um pouco mais de magia a sua vida.


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